Dizer Adeus
- Anelise Santos
- 27 de mar. de 2018
- 1 min de leitura
Perdoem meu sentimentalismo, mas hoje vai ser difícil trocar de assunto.
Hoje acordei sem uma parte de mim.
Há os que digam que sou exagerada, que um animal de estimação não pode - nem deve - ser tratado como uma pessoa.
Me perdoem, mas meus animais de estimação, de fato, não são como pessoas.
Eles são, de forma geral, melhor do que muitas pessoas que conheço.
Perdoam mais, percebem mais, sentem mais, entendem mais.
E hoje mais uma se foi. A Marinete. Nete, para os íntimos.
Eu ainda não sei o que pode ter acontecido: do dia pra noite, sem qualquer explicação, ela aparece ferida, não reage aos tratamentos. Confesso que está sendo um dia bem difícil.
Mas não quero pensar em toda a dor, sofrimento, as lágrimas derramadas.
Quero lembrar das coisas boas.
Do carinho infinito que ela sempre demonstrou por mim, o olhar de compaixão, de compreensão nos dias difíceis.
De todas as vezes em que ela se aninhou no meu colo, que ronronou para mim.
De todas as vezes em que eu me sentia mal e que, pelo simples fato de ter ela no meu colo, todo o mal-estar batia em retirada.
De todas as vezes em que ela mostrou para nós - e para todos os outros gatos - que era a dona da casa, era ela quem mandava e desmandava.
A Frida perdeu a irmã.
O Sermancino perdeu a namorada.
A Phoebe perdeu a companheira.
Eu perdi uma filha.
E dói.
Pra todo mundo.
Pra cada um, de um jeito diferente.
Nossos dias ficarão vazios e carentes daqueles olhos azuis que entendiam tudo.
Vai em paz, Nete. Descansa.
E obrigada por tudo que me permitiste aprender contigo.

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